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quinta-feira, 27 de julho de 2023
quarta-feira, 26 de julho de 2023
O QUE É TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, ou seja, que afeta as células do sistema nervoso central, e que acomete o indivíduo desde o nascimento, embora possa demorar anos para ser diagnosticado, podendo até mesmo nunca se fazer esse diagnóstico.
Acredita-se que ocorra principalmente por causas genéticas e hereditárias, e os sintomas costumam aparecer na infância e acompanhar a pessoa na fase adulta e até durante a velhice.
“Quem tem TDAH geralmente apresenta dificuldade para se concentrar, não foca em uma única tarefa ou não consegue ficar parado por longos períodos. Por isso, apresenta níveis incomuns de hiperatividade e comportamentos impulsivos. E esses sintomas atrapalham a rotina profissional e pessoal”, explica Danielle Admoni, psiquiatra da infância e adolescência na Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
Quais são os sintomas do TDAH?
Apesar de a impulsividade e a hiperatividade serem os sinais mais frequentes de quem tem TDAH, há outros sintomas comuns.
“O TDAH pode se manifestar de várias maneiras, dependendo da idade. Crianças pequenas geralmente são agitadas e apresentam dificuldade de linguagem. Já as mais velhas não conseguem prestar atenção e manejar o tempo para terminar as tarefas”, afirma Juliana Bertoncello, foniatra e coordenadora do ambulatório de distúrbios de linguagens da PUC-Campinas.
Entre os sintomas, podemos citar:
Vale destacar que nem sempre a pessoa apresenta todos os sintomas acima. Na maioria das vezes, os sinais e os sintomas costumam ser específicos de acordo com os diferentes tipos do TDAH, como hiperatividade, impulsividade ou dificuldade de concentração.
Quantas pessoas são atingidas?
Estima-se que o TDAH seja o transtorno mais comum em crianças e adolescentes, atingindo até 5% das crianças em todo o mundo. Geralmente, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta. No entanto, os sintomas podem ser mais brandos até que a pessoa procure ajuda especializada.
Como é feito o diagnóstico do TDAH?
Para ter um diagnóstico, o médico avaliará os sintomas que a pessoa apresentou pelo menos nos últimos 6 meses. Para ser diagnosticado com TDAH, é importante que a criança ou adulto tenha um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade que altere o seu desenvolvimento, aprendizagem e rotina diária.
O médico poderá coletar informações com professores e familiares, e usar escalas de classificação para chegar a um diagnóstico. Não existe um exame físico que determine que a pessoa tem TDAH. Sendo assim, o diagnóstico é clínico, ou seja, com análise de sinais e sintomas. Pode ser realizada também uma avaliação neuropsicológica.
Além do pediatra, a criança poderá se consultar com um psiquiatra ou neurologista (neuropediatra). Vale destacar que o diagnóstico geralmente ocorre quando a criança tem entre 6 e 12 anos, ou logo após ingressar na escola.
Como diferenciar uma criança muito ativa ou distraída de uma com TDAH?
É muito importante que os pais, cuidadores e professores fiquem atentos se a distração e a hiperatividade estão atrapalhando a rotina da criança. Ser distraído, impulsivo ou hiperativo pode ser uma característica da pessoa, mas não significa que seja TDAH.
A criança com TDAH geralmente apresenta dificuldade para manter o foco nas atividades e é bastante agitada, o que pode prejudicar o seu rendimento escolar. Geralmente, os sintomas de hiperatividade e distração se manifestam tanto em casa quanto na escola.
Se os sintomas forem persistentes (por mais de seis meses), vale a pena buscar ajuda especializada.
Quais são os tipos de TDAH?
Há três tipos de TDAH: hiperativo/impulsivo, desatento e misto/combinado. Por conta disso, os sintomas podem variar.
No caso de pessoas com TDAH hiperativo/impulsivo, os indivíduos costumam ser inquietos, falam muito e interrompem constantemente. Já as pessoas com TDAH do tipo desatento cometem erros por falta de atenção e apresentam dificuldade para organizar tarefas e atividades.
Já o tipo misto/combinado, conforme o nome indica, mistura sintomas de desatenção com hiperatividade e impulsividade.
O TDAH atinge adultos e crianças?
Sim. Estima-se que 60% das crianças com TDAH ainda apresentam sintomas quando adultos. No entanto, os sintomas de hiperatividade geralmente diminuem com a idade, mas a desatenção e a impulsividade costumam continuar.
O que causa o TDAH?
As causas do TDAH são multifatoriais. Alguns estudos apontam que as pessoas com TDAH possuem alterações na região frontal e nas suas conexões com o resto do cérebro. Essa região cerebral é responsável pela inibição do comportamento inadequado.
Além disso, há a questão da hereditariedade. Sabe-se que filhos e filhas de quem tem TDAH são mais suscetíveis a terem o transtorno.
Há ainda pesquisas que apontam que o TDAH ocorre devido a uma alteração nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios.
Quais são as formas de tratamento par TDAH?
Depois do diagnóstico, é importante que a criança tenha um acompanhamento médico. Podem ser indicados alguns medicamentos que ajudam a controlar os sintomas, já que estes liberam substâncias químicas do cérebro para controlar os impulsos e ações.
A terapia comportamental é outra estratégia usada para diminuir a impulsividade e os comportamentos inadequados.
“Na escola podem ser necessárias intervenções com o acompanhamento psicopedagógico e o reforço escolar. Isso costuma facilitar o convívio com os colegas e melhorar a interação social”, completa Admoni.
Há cura para TDAH?
Não. O TDAH não tem cura, mas tem tratamento. Além disso, mudanças na rotina e nos comportamentos dos familiares podem ajudar os pais e as crianças a conviver melhor com o TDAH.
Após o diagnóstico, os pais devem aceitar o fato de que as crianças com TDAH têm cérebros que funcionam de maneiras diferentes e podem ter comportamentos impulsivos.
É comum que o especialista indique uma combinação de medicamentos, psicoterapia e passem orientações para lidar com esses comportamentos — tanto para os pais quanto para os professores.
A psicoterapia pode ajudar?
Sim. A psicoterapia pode ajudar no tratamento do TDAH ao reduzir os sintomas. Entre as principais abordagens recomendadas está a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental).
“O terapeuta utiliza estratégias de organização das atividades diárias, autocontrole e resolução de problemas. Tudo isso contribui para reduzir os sintomas e aumentar a qualidade de vida do indivíduo”, explica Elaine Di Sarno, neuropsicóloga e pesquisadora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
segunda-feira, 24 de julho de 2023
O MÉTODO NATURAL DE FREINET.
Segundo o grande educador francês qualquer criança pode chegar ao domínio da linguagem- escrita de maneira ’”natural”, isto é, sem passar pelos métodos tradicionais de ensino.
Para isso, as seguintes etapas foram observadas por Freinet na trajetória que sua filha Bal. Percorreu até o domínio da escrita consciente:
O desenho sob forma de grafismo.
O desenho é, para Freinet, a atividade experimental por excelên.cia. O grafismo, inicialmente sem forma, organiza-se lentamente pelo desenho. A criança vai
Tentando e tentando, sem que o ato tenha qualquer intenção. Aos poucos, vai surgindo uma crescente precisão em seus gestos e la percebe que “aquilo se parece com qualquer coisa”. “Bal desenha uma figura gomêtrica ’é a casa’ e tudo se torna casa”.“
Do Desenho à escrita.
Nesta etapa Bal faz seus desenhos com elementos justapostos sistemeticamente em grupos homogêneos sobrepostos
Ela diz que:
1. “As meninas vão , para a escola: levam o cesto da merenda”.
2. “Aquilo ali são as árvores à beira do caminho ”.
3. “O menino quer ir para a escola: perdeu o
cesto dele”. .
Além de fazer os desenhos, Bal. escreve a explicação embaixo. Há agora desenho e escrita. (fig. abaixo).
A escrita Iilberta-se do desenho.
“Primeiro simples asinatura. depois texto indiferenciado e incorporado no desenho, a seguir complemento do desenho, a escrita começa agora a sua histõria autônoma
Bal . escreve as primeiras cartas independentemente do desenho. Ela está, aos quatro anos e quatro meses, escrevendo à prima.
Aos cinco anos, Bal. separa desenho e escrita e o seu interesse se direciana para a técnica da escrita. Apreende que pode haver certas regras e formas fixas para imitar.
O signifícado das palavras.
Bal. está quase com seis anos. Copia muitas palavras com segurança, rapidez e perfeição. Há agora o estabelecimento de relação entre o grafísmo das palavras e a palavra oral ou o pensamento.
O começo da escrita consciente.
Na escola, muito cedo as crianças são treinadas a imitar letras e copiar palavras e frases que para elas têm um sentido apenas formal. ”A escola atual, devido à anomalia de suas técnicas, visa muitas vezes normas que são prematuras e deixam de ser válidas para uma educação normal. “
“Deixaremos pacientemente que as penas cresçam e se desenvoIvam, certos como estamos de que o vôo há de chegar sem falta, no momento desejado , natural e forte”.
Esta introdução às principais idéias de Freinet sobre a aprendizagem da escrita nos faz perceber o processo gradativo em que ela deve constituir-se.
A PSICOMOTRICIDADE E A CRIANÇA CEGA
A criança cega terá então que fazer uso de outros mecanismos - que não à visão, para estabelecer essas ligações. É neste processo que as atividades psicomotoras poderão e deverão estar presentes.