quinta-feira, 27 de julho de 2023

quarta-feira, 26 de julho de 2023

O QUE É TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, ou seja, que afeta as células do sistema nervoso central, e que acomete o indivíduo desde o nascimento, embora possa demorar anos para ser diagnosticado, podendo até mesmo nunca se fazer esse diagnóstico.   

Acredita-se que ocorra principalmente por causas genéticas e hereditárias, e os sintomas costumam aparecer na infância e acompanhar a pessoa na fase adulta e até durante a velhice.   

“Quem tem TDAH geralmente apresenta dificuldade para se concentrar, não foca em uma única tarefa ou não consegue ficar parado por longos períodos. Por isso, apresenta níveis incomuns de hiperatividade e comportamentos impulsivos. E esses sintomas atrapalham a rotina profissional e pessoal”, explica Danielle Admoni, psiquiatra da infância e adolescência na Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).  

Quais são os sintomas do TDAH?

 Apesar de a impulsividade e a hiperatividade serem os sinais mais frequentes de quem tem TDAH, há outros sintomas comuns.  

 “O TDAH pode se manifestar de várias maneiras, dependendo da idade. Crianças pequenas geralmente são agitadas e apresentam dificuldade de linguagem. Já as mais velhas não conseguem prestar atenção e manejar o tempo para terminar as tarefas”, afirma Juliana Bertoncello, foniatra e coordenadora do ambulatório de distúrbios de linguagens da PUC-Campinas.  

 

Entre os sintomas, podemos citar:  



Vale destacar que nem sempre a pessoa apresenta todos os sintomas acima. Na maioria das vezes, os sinais e os sintomas costumam ser específicos de acordo com os diferentes tipos do TDAH, como hiperatividade, impulsividade ou dificuldade de concentração. 

Quantas pessoas são atingidas?

Estima-se que o TDAH seja o transtorno mais comum em crianças e adolescentes, atingindo até 5% das crianças em todo o mundo. Geralmente, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta. No entanto, os sintomas podem ser mais brandos até que a pessoa procure ajuda especializada. 

Como é feito o diagnóstico do TDAH?

 Para ter um diagnóstico, o médico avaliará os sintomas que a pessoa apresentou pelo menos nos últimos 6 meses. Para ser diagnosticado com TDAH, é importante que a criança ou adulto tenha um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade que altere o seu desenvolvimento, aprendizagem e rotina diária.  

O médico poderá coletar informações com professores e familiares, e usar escalas de classificação para chegar a um diagnóstico. Não existe um exame físico que determine que a pessoa tem TDAH. Sendo assim, o diagnóstico é clínico, ou seja, com análise de sinais e sintomas. Pode ser realizada também uma avaliação neuropsicológica.   

Além do pediatra, a criança poderá se consultar com um psiquiatra ou neurologista (neuropediatra). Vale destacar que o diagnóstico geralmente ocorre quando a criança tem entre 6 e 12 anos, ou logo após ingressar na escola.  

Como diferenciar uma criança muito ativa ou distraída de uma com TDAH?

É muito importante que os pais, cuidadores e professores fiquem atentos se a distração e a hiperatividade estão atrapalhando a rotina da criança. Ser distraído, impulsivo ou hiperativo pode ser uma característica da pessoa, mas não significa que seja TDAH.  

A criança com TDAH geralmente apresenta dificuldade para manter o foco nas atividades e é bastante agitada, o que pode prejudicar o seu rendimento escolar. Geralmente, os sintomas de hiperatividade e distração se manifestam tanto em casa quanto na escola.  

Se os sintomas forem persistentes (por mais de seis meses), vale a pena buscar ajuda especializada.  

Quais são os tipos de TDAH?

Há três tipos de TDAH: hiperativo/impulsivo, desatento e misto/combinado. Por conta disso, os sintomas podem variar.  

No caso de pessoas com TDAH hiperativo/impulsivo, os indivíduos costumam ser inquietos, falam muito e interrompem constantemente. Já as pessoas com TDAH do tipo desatento cometem erros por falta de atenção e apresentam dificuldade para organizar tarefas e atividades.  

Já o tipo misto/combinado, conforme o nome indica, mistura sintomas de desatenção com hiperatividade e impulsividade. 

O TDAH atinge adultos e crianças?

Sim. Estima-se que 60% das crianças com TDAH ainda apresentam sintomas quando adultos. No entanto, os sintomas de hiperatividade geralmente diminuem com a idade, mas a desatenção e a impulsividade costumam continuar. 

 O que causa o TDAH? 

 As causas do TDAH são multifatoriais. Alguns estudos apontam que as pessoas com TDAH possuem alterações na região frontal e nas suas conexões com o resto do cérebro. Essa região cerebral é responsável pela inibição do comportamento inadequado.  

 Além disso, há a questão da hereditariedade. Sabe-se que filhos e filhas de quem tem TDAH são mais suscetíveis a terem o transtorno.  

 Há ainda pesquisas que apontam que o TDAH ocorre devido a uma alteração  nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios. 

Quais são as formas de tratamento par TDAH?

 Depois do diagnóstico, é importante que a criança tenha um acompanhamento médico. Podem ser indicados alguns medicamentos que ajudam a controlar os sintomas, já que estes liberam substâncias químicas do cérebro para controlar os impulsos e ações. 

 A terapia comportamental é outra estratégia usada para diminuir a impulsividade e os comportamentos inadequados.  

 “Na escola podem ser necessárias intervenções com o acompanhamento psicopedagógico e o reforço escolar. Isso costuma facilitar o convívio com os colegas e melhorar a interação social”, completa Admoni.  

Há cura para TDAH?

Não. O TDAH não tem cura, mas tem tratamento. Além disso, mudanças na rotina  e nos comportamentos dos familiares podem ajudar os pais e as crianças a conviver melhor com o TDAH.  

Após o diagnóstico, os pais devem aceitar o fato de que as crianças com TDAH têm cérebros que funcionam de maneiras diferentes e podem ter comportamentos impulsivos.  

É comum que o especialista indique uma combinação de medicamentos, psicoterapia e passem orientações para lidar com esses comportamentos — tanto para os pais quanto para os professores.  

 A psicoterapia pode ajudar? 

 Sim. A psicoterapia pode ajudar no tratamento do TDAH ao reduzir os sintomas. Entre as principais abordagens recomendadas está a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental).  

 “O terapeuta utiliza estratégias de organização das atividades diárias, autocontrole e resolução de problemas. Tudo isso contribui para reduzir os sintomas e aumentar a qualidade de vida do indivíduo”, explica Elaine Di Sarno, neuropsicóloga e pesquisadora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).  

 

segunda-feira, 24 de julho de 2023

O MÉTODO NATURAL DE FREINET.

Segundo o grande educador francês qualquer criança pode chegar ao domínio da linguagem- escrita de maneira natural”, isto é, sem passar pelos métodos tradicionais de  ensino.

Para isso, as seguintes etapas foram observadas  por Freinet na trajetória que sua filha Bal. Percorreu até o domínio da escrita consciente:

 

O desenho sob forma de grafismo.

O desenho é, para Freinet, a atividade experimental por excelên.cia. O grafismo, inicialmente sem forma, organiza-se lentamente pelo desenho. A criança vai

Tentando e tentando, sem que o ato tenha qualquer intenção. Aos poucos, vai surgindo uma crescente precisão em seus gestos e la percebe que “aquilo se parece com qualquer coisa”. “Bal  desenha uma figura gomêtrica ’é a casa’ e tudo se torna casa”.“

 

Do Desenho à escrita.

Nesta etapa Bal faz seus desenhos com elementos justapostos sistemeticamente em grupos homogêneos sobrepostos

Ela diz que:

1. “As meninas vão , para a escola: levam o cesto da merenda”.

2. “Aquilo ali são as árvores à beira do caminho ”.

3. “O menino quer ir para a escola: perdeu o

cesto dele”. .

Além de fazer os desenhos, Bal. escreve a explicação embaixo. Há agora desenho e escrita. (fig. abaixo).

 

 


 

 

A escrita   Iilberta-se do desenho.

“Primeiro simples asinatura. depois texto indiferenciado e incorporado no desenho, a seguir complemento do desenho, a escrita começa agora a sua histõria autônoma

 

Bal . escreve as primeiras cartas independentemente do desenho. Ela está, aos quatro anos e quatro meses, escrevendo à prima.

Aos cinco anos, Bal. separa desenho e escrita e o seu interesse se direciana para a técnica da escrita. Apreende que pode haver certas regras e formas fixas para imitar.

 O signifícado das palavras.

 Bal. está quase com seis anos. Copia  muitas palavras com segurança, rapidez e perfeição. Há agora o  estabelecimento de relação entre o grafísmo das palavras e a palavra oral ou o pensamento.

 O começo da escrita consciente.

 Na escola, muito cedo as crianças são treinadas a imitar letras e copiar palavras e frases que para elas têm um sentido apenas formal. ”A escola atual, devido à anomalia de suas técnicas, visa muitas vezes normas que são prematuras e deixam de ser válidas para uma educação normal.

“Deixaremos pacientemente que as penas cresçam e se desenvoIvam, certos como estamos de que o vôo há de chegar sem falta, no momento desejado , natural e forte”.

Esta introdução às principais idéias de Freinet sobre a aprendizagem da escrita nos faz perceber o processo gradativo em que ela deve constituir-se.

A PSICOMOTRICIDADE E A CRIANÇA CEGA

 




Na criança portadora de deficiência visual, sobretudo nos cegos congênitos (crianças que já nasceram cegas), as dificuldades no desenvolvimento global se fazem presentes mais acentuadamente. Segundo Piaget, 1961 (citado por Fonseca, 1988 p.121): "É pela visão que se integra a atividade motora, perceptiva e mental da criança; e é por meio dela que se estabelecem as ligações dos primeiros esquemas responsáveis pela integração da mensagem, através das quais se dão significações a cada um dos sistemas".

A criança cega terá então que fazer uso de outros mecanismos - que não à visão, para estabelecer essas ligações. É neste processo que as atividades psicomotoras poderão e deverão estar presentes. 

ATIVIDADE DE PSICOMOTRICIDADE - EDUCAÇÃO INFANTIL

 


ATIVIDADES DE MATEMÁTICA 1º ANO (T.E.A.)

 







segunda-feira, 3 de junho de 2019

ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PARA DISLEXIA






Sintomas da Dislexia Infantil

Dislexia


Dislexia



A dislexia é um transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica (ou seja, que ocorre no cérebro, na coluna vertebral e nos nervos), e que tem como principal característica a dificuldade de ler e escrever.
Quem sofre deste problema tem dificuldade no reconhecimento preciso e fluente das palavras e na habilidade de decodificar e soletrar também.
Trata-se de um problema crônico, que pode perdurar por anos ou durante a vida toda. É muito comum — afeta mais de 2 milhões de casos relatados por ano no Brasil.
Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, não se sabe ao certo quantas pessoas possuem o transtorno, mas estima-se que ele afeta de 0,5% a 17% da população mundial.
Os sintomas da dislexia podem ser identificados mais facilmente na infância, já que o distúrbio, nesta fase, é mais acentuado. Conheça alguns deles:

·      Problemas no desenvolvimento da fala ou desenvolvimento tardio do aprendizado da fala;
·         Problemas cognitivos, como a dificuldade de memorização de palavras ou de regras ortográficas;
·         Atraso na habilidade de leitura ou comprometimento da fala;
·         Dispersão e falta de atenção.

Mas será que dislexia tem cura? 

A dislexia não tem uma cura 100% eficaz. Estamos falando de uma patologia crônica. No entanto, se for diagnosticada e intervencionada precocemente, idealmente no primeiro ciclo (2º, 3º ou 4º ano de escolaridade), as alterações disléxicas poderão ser bastante minimizadas
 Imagem relacionada

Dificuldades de aprendizagem: o que são e tipos mais comuns


Dificuldades de aprendizagem: o que são e tipos mais comuns


Quando falamos em dificuldades de aprendizagem, estamos nos referindo especificamente a alguns tipos de desordens que impedem uma pessoa de aprender no mesmo ritmo de quem não apresenta o problema — e não à dificuldade normal que todos temos em aprender um determinado tema.
Essas desordens normalmente afetam a capacidade do cérebro em receber as informações e processá-las, comprometendo o aprendizado e deixando-o mais lento em comparação do que o normal.
Elas podem estar relacionadas tanto a fatores externos quanto a alguns tipos de transtornos.
Dislexia
Disgrafia
Discalculia
Dislalia
Disortografia

TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade)

Exemplo de escrita de criança com dislexia

sábado, 20 de abril de 2013

Provas Piagetianas e o Diagnóstico Psicopedagógico



**Lednalva Oliveira
Psicopedagoga Clínica
ABPp-758
 

PROVAS PIAGETIANA
Na Epistemologia Convergente todo o processo diagnóstico é estruturado para que se possa observar a dinâmica de interação entre o cognitivo e o afetivo de onde resulta o funcionamento do sujeito (BOSSA, 1995, p. 80)
Conforme
 Weiss,a teoria piagetina ressalta a importânciade entender a qualidade de pensamento. As provas operatórias têm como objetivo principal determinar o grau de aquisição de algumas noções-chave do desenvolvimento cognitivo, detectando o nível de pensamento alcançado pela criança, ou seja, o nível de estrutura cognoscitiva com que opera. (2003, p. 106).
Ela ainda nos alerta que não se deve aplicar várias provas de conservação em uma mesma sessão, para se evitar a contaminação da forma de resposta. Observa que o psicopedagogo deverá fazer registros detalhados dos procedimentos da criança, observando e anotando suas falas, atitude, soluções que dá às questões, seus argumentos e juízos, como arruma o material. Isto será fundamental para a interpretação das condutas.
Para a avaliação as respostas são divididas em três níveis:
· Nível 1: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse domínio.
· Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são completas. Em um momento conservam, em outro não.
· Nível 3: As respostas demonstram aquisição da noção sem vacilação.
Muito interessante o que Weiss nos diz sobre as diferentes condutas em provas distintas:
...pode ocorrer que o paciente não obtenha êxito em apenas uma prova, quando todo o conjunto sugere a sua possibilidade de êxito. Pode-se ver se há um significado particular para a ação dessa prova que sofra uma interferência emocional: encontramos várias vezes crianças, filhos de pais separados e com novos casamentos dos pais, que só não obtinham êxito na prova de intersecção de classes. Podemos ainda citar crianças muito dependentes dos adultos que ficam intimidadas com a contra-argumentação do terapeuta, e passam a concordar com o que ele fala, deixando de lado a operação que já são capazes de fazer (2003, p. 111).
Em relação a crianças com alguma deficiência mental ela nos diz que:
No caso de suspeita de deficiência mental, os estudos de B. Inhelder (1944) em El diagnóstico del razonamiento en los débiles mentales mostram que os oligofrênicos (QI 0-50) não chegam a nenhuma noção de conservação; os débeis mentais (QI 50-70) chegam a ter êxito na prova de conservação de substância; os fronteiriços (QI 70-80) podem chegar a ter sucesso na prova de conservação de peso; os chamados de inteligência normal "obtusa" ou "baixa", podem obter êxito em provas de conservação de volume, e às vezes, quando bem trabalhados, podem atingir o início do pensamento formal (2003, p.111-112).
Visca também reuniu em um outro livro: Técnicas proyetivas psicopedagogicas, as provas projetivas, cuja aplicação tem como objetivo investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em três grandes domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo, através dos quais é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de aprendizagem.
Sobre as provas projetivas Weiss observa que:
O princípio básico é de que a maneira do sujeito perceber, interpretar e estruturar o material ou situação reflete os aspectos fundamentais do seu psiquismo. É possível, desse modo, buscar relações com a apreensão do conhecimento como procurar, evitar, distorcer, omitir, esquecer algo que lhe é apresentado. Podem-se detectar, assim, obstáculos afetivos existentes nesse processo de aprendizagem de nível geral e especificamente escolar (2003, p. 117)
 Na tentativa de compreender as transformações da realidade.
Piaget dividiu em 6 provas principais.
Não-conservação
Quando é apresentada para a criança não-conservadora a primeira deformação da bolinha de massa de modelar, esta irá julga-la maior, mantendo este julgamento mesmo que o experimentador insista sobre a dimensão negligenciada pela criança (ex. salsicha mais fina, mas mais comprida).
O problema da “volta empírica” é resolvido corretamente ou não pela criança.
Intermediário
Oscila entre a conservação e não-conservação: numa mesma deformação a criança pode alternar seus julgamentos ora como iguais ou diferentes; faz julgamentos de conservação e não-conservação alternada nas diversas deformações; e pode apresentar alternância de julgamentos quando é contra-argumentada pelo entrevistador.
As justificativas da criança são pouco explícitas e incompletas.
O problema da “volta empírica” é resolvido corretamente pela criança.
Conservação
As quantidades são sempre julgadas iguais, usando o argumento de “identidade”, de “reversibilidade”, ou de “compensação”.
Os julgamentos de conservação se mantêm apesar das contra-argumentações.
ATENÇÃO: É necessário que no decorrer daaplicaçãio da prova haja um momento de confronto, em que é feita a transformação da realidade na frente da criança. a fim de observamos de ela entendeu o processo de conservação de números, ou fica apenas no aspecto visual dos objetos.
CONSTRUINDO UM KIT DE PROVAS PIAGETIANAS
1. Faça uma caixa criativa, de papelão, madeiar, ou forrada de tecido
1. Conservação de números
Material: 11 circulos pequenos Vermelhos e 11 Círculos azuis (pode ser tampinha de garrafa, EVA, papelão...)

A criança recebera um saquinho com 22 fichas, explicamos a ela que as fichas estavam divididas em dois grupos, um grupo de ficha azuis e outro de ficha vermelha. não deixar explicita, em momento algum, a quantidade de ficha A criança deve, no decorre da aplicação da prova, contar a quantidade, se considerar necessário.
Montar uma fileira horizontalmente com as fichas azuis e pedir a elas que montem uma fileira igual a nossa. Perguntar se há mais azuis ou mais vermelhas.
Confronto: A transformação será feita na frente da criança, ampliando o espaço entre as fichas azuis, perguntar novamente se hás mais fichas azuis ou mais fichas vermelhas
.

2. Conservação da Matéria
Material: 
Massa de modelas de duas cores (Compre uma caixa de modelar, pois para essa prova, usou uma vez, não pode usar novamente, pela questão do visual)

A criança deve perceber que a mudança de formato do objeto não interfere na quantidade de matéria do qual ele é composto.
Apresentar uma caixa de massinha de modelar com seis unidades. Retirar da caixa e mostrar às crianças que todas eram do mesmo tamanho. Pegar uma massinha amarela e outra vermelha (ou outra cor) e fazer duas bolinhas iguais. Em seguida, perguntar à criança em qual das duas bolinhas elas acham que há mais massinha.
Confronto: Realizar a transformação, na frente das crianças: pegar a bolinha amarela e fazer no formato de bolinha. Perguntamos se há mais massinha na bolinha vermelha ou na cobrinha amarela.
Verificar se as crianças compreendem a prova de conservação da matéria, e as transformações ocorridas perante seus olhares, como acompanharão o processo de transformação.

3. Conservação de Área

Material: 2 pranchas 
verdes retangulares de 20x25cm (pode ser EVA, papelão pintão, papel cartão...), 8 quadrados vermelhos de 4x4 e 2 vaquinhas (EVA, cartolina, biscuit, de plástico...).

Colocar diante das crianças duas placas para representar pastos. Dar a elas duas vaquinhas do mesmo material. Explicar que elas devem colocar as vaquinhas nos pastos. Pegar dois quadrados exatamente do mesmo tamanho para representa a moita de capim que a vaquinha iria comer. Distribuir uma moita de capim em cada pasto. Perguntar em qual dos dois pastos há mais capim.
Confronto: Pegar mais dois quadrados do mesmo tamanho e distribuir da seguinte forma: no pastor da esquerda colocar as moitas lado a lado no sentido vertical e no pasto da direita as duas separadas horizontalmente. Perguntar em qual há mais capim.


4. Conservação de líquidos

Material: Copo de vidro (um copo transparente)

Pegar dois copos cilindrico do mesmo tamanho, pedir a criança que nos ajude a medir a quantidade de água, de forma que fiquem igual nos dois copos.
Depois de colar a água na mesma altura nos dois copos, perguntar em qual deles há mais água.
Confronto: Pegar um copo alto e fino, transportar agua de um dos copos iniciais para esse, em seguida interrogar em qual dos copos há mais água.
As crianças que responderem o copo alto e fino ainda não conseguiram estabelecer a equivalencia entre os líquidos dos recipientes, o raciocino foi baseado em aspectos visuais.

5. Seriação de palitos.

Material: conjunto de 10 palitos com tamanhos diferentes (palito de sorvete)
"A seriação consiste na capacidade de organizar mentalmente um conjunto de elementos em ordem crescente ou descrecente de tamanho, peso ou volume." (Wadsworthm 1996)

A criança recebera palitos de diferentes tamanhos, deverão arruma-los de menor para o maior como uma escadinha, todos juntos.

6. Inclusão de classe (esse é o mais dificil se vc errar uma parte vc acaba confundido a criança e não alcançado seu objetivo, já tive essa experiência hihihi)

Material: 10 margaridas (EVA, desenho, papelão, papel cartão), 3 rosas, 10 coelhos

O material apresentado a criança consiste em um saquinho contendo varias flores e coelhos. Explicar que as flores estavam dividis em dois grupos: um de flores chamadas margaridas e outro de flores chamadas rosa. Colocamos cinco margaridas lado a lado e, na fileira abaixo, três rosas lado a lado.Indagamos: Há mais flores, mais rosas ou mais margaridas?
Depois da resposta, procure questionar para conhecer melhor o pensamento da criança.

A questão seguinte
 será apresentada desta forma: Se nos tirarmos uma rosa, ficaremos com menos flores, menos rosas ou menos margaridas?

Pegar os 10 coelhos que estavam dentro do squinho com as flores e colcar numa mesma fileira lado a lado, logo em abaixo das rosas. Formular uma
 nova questão: Há mais flores, mais roas, mais margaridas ou mais animais?

Observar todo o comportamento da criança durante a sessão, registrando inclusive as falas.
Piaget, em Psicología de la Inteligência, coloca que:
O indivíduo não atua senão quando experimenta a necessidade; ou seja; quando o equilíbrio se acha momentaneamente quebrado entre o meio e o organismo, a ação tende a reestabelecer este equilíbrio, quer dizer, precisamente, a readaptar o organismo... (PIAGET apud VISCA, 1991, p. 
41).

**Lednalva Oliveira
Serrinha, Bahia, Brazil
Doutoranda em Psicologia(UCES-AR)Bióloga,Psicopedagoga Institucional Clínica e Hospitalar,Pós Graduanda em Psicanalise Clinica pelo CEAPP/SOPHI,Estudos em Mediação de Conflitos Familiares,Gestão em Educação Inclusiva(AEE), Arteterapia,Terapia de Casal e Grupos,Programação Neurolinguística (PNL),Especialização em Dislexia, Consultoria Empresarial e Educacional,Pós Graduanda em Psicanálise Clínica.Associada a ABPp(Associação Brasileira de Psicopedagogia) e ABD (Associação Brasileira de Dislexia).


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Maria Montessori


Maria Montessori, filha de Alessandro Montessori e Renilde Stoppani, nasceu como informa seu certificado de batismo, em 31 de agosto de 1870 a Chiaravalle AN.
Desde menina manifesta interesse pelas matérias científicas, principalmente matemática e biologia, resultando em conflito com seus pais, que possuíam o desejo que ela seguisse a carreira de professora.
Indo contra a expectativas familiares, ela se inscreve na Faculdade de Medicina da Universidade de Roma, escolha que a levou a ser, em 1896, a primeira mulher a se formar em medicina na Itália. Após sua formatura, iniciou um trabalho com crianças com necessidades especiais na clínica da universidade, vindo posteriormente dedicar-se a experimentar em crianças sem comprometimento algum, os procedimentos usados na educação dos que tinham comprometimento. Observou também, crianças que ficavam brincando nas ruas e criou um espaço educacional a estas crianças.
Responsável também pela criação do método montessori de aprendizagem, composto especialmente por um material de apoio em que a própria criança (ou usuário) observa se está fazendo as conexões corretas.
Método Montessori

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre).

O Método montessori ou pedagogia Montessoriana relaciona-se à normatização (consiste em harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade).
As escolas do Sistema Montessoriano são difundidas pelo mundo todo. O método Montessoriano tem por objetivo a educação da vontade e da atenção, com o qual a criança tem liberdade de escolher o material a ser utilizado, além de proporcionar a cooperação.
Os princípios fundamentais do sistema Montessori são: a atividade, a individualidade e a liberdade. Enfatizando os aspectos biológicos, pois, considerando que a vida é desenvolvimento, achava que era função da educação favorecer esse desenvolvimento.
Os estímulos externos formariam o espírito da criança, precisando portanto, serem determinados.
Assim, na sala de aula, a criança era livre para agir sobre os objetos sujeitos à sua ação, mas estes já estavam preestabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros materiais que desenvolveu.

A pedagogia de Montessori insere-se no movimento das Escolas Novas, uma oposição aos métodos tradicionais que não respeitavam as necessidades e os mecanismos evolutivos do desenvolvimento da criança. Ocupa um papel de destaque neste movimento pelas novas técnicas que apresentou para os jardins de infância e para as primeiras séries do ensino formal.
O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu trabalho educativo pois pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função a estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.

Materiais didáticos

Ela produz uma série de cinco grupos de materiais didáticos:

Exercícios Para a Vida Cotidiana
Material Sensorial
Material de Linguagem
Material de Matemática
Material de Ciências

Estes materiais se constituem de peças sólidas de diversos tamanhos e formas: caixas para abrir, fechar e encaixar; botões para abotoar; série de cores, de tamanhos, de formas e espessuras diferentes. Coleções de superfícies de diferentes texturas e campainhas com diferentes sons.

O "Material Dourado" é um dos materiais criado por Maria Montessori. Este material baseia-se nas regras do sistema de numeração, inclusive para o trabalho com múltiplos, sendo confeccionado em madeira, é composto por: cubos, placas, barras e cubinhos. O cubo é formado por dez placas, a placa por dez barras e a barra por dez cubinhos. Este material é de grande importância na numeração, e facilita a aprendizagem dos algoritmos da adição, da subtração, da multiplicação e da divisão.

O "Material Dourado" desperta no aluno a concentração, o interesse, além de desenvolver sua inteligência e imaginação criadora, pois a criança, está sempre predisposta ao jogo. Além disso, permite o estabelecimento de relações de graduação e de proporções, e finalmente, ajuda a contar e a calcular.

O aluno usa (individualmente) os materiais à medida de sua necessidade e por ser autocorretivo faz sua auto-avaliação. Os professores são auxiliares de aprendizagem e o sistema peca pelo individualismo. Embora, hoje sua utilização é feita em grupo.
No trabalho com esses materiais a concentração é um fator importante. As tarefas são precedidas por uma intensa preparação, e, quando terminam, a criança se solta, feliz com sua concentração, comunicando-se então com seus semelhantes, num processo de socialização.
A livre escolha das atividades pela criança é outro aspecto fundamental para que exista a concentração e para que a atividade seja formadora e imaginativa. Essa escolha se realiza com ordem disciplina e com um relativo silêncio.
O silêncio também desempenha papel preponderante. A criança fala quando o trabalho assim o exige, a professora não precisa falar alto.
Pés e mãos tem grande destaque nos exercícios sensoriais( não se restringem apenas aos sentidos), fornecendo oportunidade às crianças de manipular os objetos, sendo que a coordenação se desenvolve com o movimento.

Em relação à leitura e escrita, na escola montessoriana, as crianças conhecem as letras e são introduzidas na análise das palavras e letras; estando a mão treinada e reconhecendo as letras, a criança pode escrever palavras e orações inteiras.
Em relação à matemática os materiais permitem o reconhecimento das formas básicas, permitem o estabelecimento de graduações e proporções, comparações, induzem a contar e calcular.
Doze pontos do Método Montessori

1. Baseia-se em anos de observação da natureza da criança por parte do maior gênio da educação desde Friedrich Froebel.

2. Demonstrou ter uma aplicabilidade universal.

3. Revelou que a criança pequena pode ser um amante do trabalho, do trabalho intelectual, escolhido de forma espontânea, e assim, realizado com muita alegria.
4. Baseia-se em uma necessidade vital para a criança que é a de aprender fazendo. Em cada etapa do crescimento mental da criança são proporcionadas atividades correspondentes com as quais se desenvolvem suas faculdades.

5. Ainda que ofereça à criança uma grande espontaneidade consegue capacitá-la para alcançar os mesmos níveis, ou até mesmo níveis superiores de sucesso escolar, que os alcançados sobre os sistemas antigos.

6. Consegue uma excelente disciplina apesar de prescindir de coerções tais como recompensas e castigos. Explica-se tal fato por tratar-se de uma disciplina que tem origem dentro da própria criança e não imposta de fora.

7. Baseia-se em um grande respeito pela personalidade da criança, concedendo-lhe espaço para crescer em uma independência biológica, permitindo-se à criança uma grande margem de liberdade que se constitui no fundamento de uma disciplina real.

8. Permite ao professor tratar cada criança individualmente em cada matéria, e assim, fazê-lo de acordo com suas necessidades individuais.

9.Cada criança trabalha em seu próprio ritmo.

10. Não necessita desenvolver o espírito de competição e a cada momento procura oferecer às crianças muitas oportunidades para ajuda mútua o que é feito com grande prazer e alegria.

11. Já que a criança trabalha partindo de sua livre escolha, sem coerções e sem necessidade de competir, não sente as tensões, os sentimentos de inferioridade e outras experiências capazes de deixar marcas no decorrer de sua vida.

12. O método Montessori se propõe a desenvolver a totalidade da personalidade da criança e não somente suas capacidades intelectuais. Preocupa-se também com as capacidades de iniciativa, de deliberação e de escolhas independentes e os componentes emocionais.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Francisco Ferrer e a Escola Moderna


Francisco Ferrer Guardia (10 de Janeiro de 1849 - 13 de Outubro de 1909), foi um pensador anarquista catalão, criador da Escola Moderna (1901), um projeto prático de pedagogia libertária.

Escola Moderna

A Escola Moderna transformou-se em um movimento de caráter internacional de apoio dos trabalhadores a educação anti-Estatal e anti-Capitalista.
Segundo a Profa. Dra. Maria Aparecida Macedo Pascal "Ferrer desenvolveu o método racional, enfatizando as ciências naturais com certa influência positivista, privilegiando a educação integral. Propõe uma metodologia baseada na cooperação e respeito mútuo. Sua escola deveria ser freqüentada por crianças de ambos os sexos para desfrutarem de uma relação de igualdade desde cedo. A concepção burguesa de castigos, repressão, submissão e obediência, deveria ser substituída pela teoria libertária, de formação do novo homem e da nova mulher. Ferrer considerava que o cientificismo não era um saber neutro. Aqueles que tem o poder se esforçam por legitimá-lo através de teses científicas".

Fundação

Fundada em 1901 na cidade de Barcelona por um grupo de ativistas, pedagogos e apoiadores entre eles Francisco Ferrer e Anselmo Lorenzo, a escola tinha como objetivo "educar a classe trabalhadora em um ambiente racional, laico e não coercitivo". Apesar deste a admissão de estudantes vindos das classes médias foi maior do que das classes baixas. A escola era mantida em caráter privado que naquele tempo era considerado um princípio para ação revolucionária, seus estudantes eram motivados a se tornarem articuladores das classes trabalhadoras.
A Escola Moderna de Barcelona foi fechada no ano de 1906. Pouco tempo depois que seu idealizador Francisco Ferrer y Guardia havia sido executado pelo estado espanhol por sedição.

Internacionalização

A partir da execução de Ferrer e da tradução e divulgação de suas ideias acerca da pedagogia em diversos idiomas, coletivos estabelecidos no Argentina, Brasil, Canadá, Cuba, Estados Unidos, França e Inglaterra fundaram centenas de escolas modernas e publicações de periódicos em seus países. Geralmente de caráter experimental, vinculados a sindicatos e jornais libertários, e encontrando grande oposição por parte das autoridades, estes coletivos foram responsáveis pela formação de milhares de crianças em um ensino laico, pacífico, racional e libertário, se contrapondo a tendência dogmática e violenta do ensino tradicional geralmente vinculado a instituições religiosas.
Entre os docentes e apoiadores que fizeram parte das escolas modernas em diferentes países estavam intelectuais e ativistas, que cada qual a sua forma e a seu tempo, tornaram-se referenciais políticos ou científicos para as gerações posteriores. Entre eles destacam-se Emma Goldman, Will Durant, João Penteado, Adelino Pinho e Oreste Ristori.

Princípios

Para dar impulso a este movimento reformador, foi criada em 1906 a Liga Internacional para a Instrução Racional da Infância, cujos princípios estatutários estabeleciam:
A educação da infância deve fundamentar-se sobre uma base científica e racional; em consequência, é preciso separar dela toda noção mística ou sobrenatural;
A instrução é parte desta educação. A instrução deve compreender também, junto à formação da inteligência, o desenvolvimento do caráter, a cultura da vontade, a preparação de um ser moral e físico bem equilibrado, cujas faculdades estejam associadas e elevadas ao seu máximo de potência;
A educação moral, muito menos teoria do que prática, deve resultar principalmente do exemplo e apoiar-se sobre a grande lei natural da solidariedade;
É necessário, sobretudo no ensino da primeira infância, que os programas e os métodos estejam adaptados o mais possível à psicologia da criança, o que quase não acontece em parte alguma, nem no ensino público nem no privado.
As Escolas Modernas comumente compreendiam também cursos noturnos para a educação de adultos. Por ser anticlerical e fomentar a solidariedade e a educação livre de autoridade coerciva, os anarquistas foram grandes adeptos deste movimento. Os sindicatos e associações operárias nos quais tinham influência contribuíram ativamente para a fundação de várias Escolas Modernas e cursos para adultos baseados em sua filosofia pedagógica.

Escolas Modernas no Brasil

Escola Nova, fundada em 1909 à Av. Celso Garcia, 262, São Paulo
Escola Moderna N°1,fundada em 1912, sob direção de João Penteado, localizada à Rua Saldanha Marinho, 58, São Paulo
Escola Moderna do Ceará, fundada em 1911, à Rua Major Fecundo, 186, Fortaleza
Escola Moderna N°2, fundada em 1912 à Rua Müller, 74, sob direção de Adelino de Pinho São Paulo
Escola Moderna de Petrópolis, fundada em 1913
Escola Moderna de Bauru
Escola Moderna de Porto Alegre, funcionava em 1919 à Rua Ramiro Barcelos, 197
Escola Racional Francisco Ferrer, fundada em 1919, em Belém do Pará
Nova Escola, fundada em 1920, no Rio de Janeiro
Escola Livre, fundada em 1920 pelos Operários em Fábricas de Tecidos de Petrópolis
Outras escolas que empregaram métodos semelhantes aos da Escola Moderna, no Brasil:
Escola Eliseu Réclus, de Porto Alegre
Escola da União Operária de Franca, fundada em 1912 por Teófilo Pereira
Escola noturna da Liga Operária de Sorocaba, fundada em 1912
Escola Operária 1° de Maio, localizada em Vila Isabel e depois em Olaria, Rio de Janeiro
Universidade Popular de Cultura Racional e Científica, fundada em 1915, anexa à Escola Nova de São Paulo, e que oferecia cursos preparatórios para professores
Escola Joaquim Vicente, fundada em 1920, em São Paulo
Escola Profissional, fundada em 1920 por iniciativa da União em Fábricas de Tecidos, no Rio de Janeiro
Escolas para Operárias do Centro Feminino Jovens Idealistas (duas), fundadas em 1920 à Rua Borges de Figueiredo, 37, e à Rua Joli, 125
Escola da Liga da Construção Civil, fundada em 1920, em Niterói
Grupo Escolar Carlos Dias, "órgão do Sindicato dos Pedreiros, Carpinteiros e Demais Classes dos Trabalhadores em Geral", em Salvador

Repressão à Educação Libertária

No início dos anos 1920, a fundação do Partido Comunista Brasileiro e a repressão do movimento operário pelo governo de Artur Bernardes atingiu em cheio a base de sustentação das Escolas Modernas, que dependiam primariamente de organizações e militantes anarquistas. Na mesma época (1919), em meio a uma campanha de difamação, as autorizações de funcionamento das Escolas Modernas de São Paulo foram cassadas. Assim a imprensa católica da época (A Gazeta do Povo) descreveu as Escolas Modernas:

todo mundo já sabe que em São Paulo trata-se de fundar uns institutos para a corrupção do operário, nos moldes da Escola Moderna de Barcelona, o ninho de anarquismo de onde saíram os piores bandidos prontos a impôr suas idéias, custasse embora o que custou. Ora, uma tal casa de perversão do povo vai constituir um perigo máximo para São Paulo. E é preciso acrescentar que não somos só nós os católicos que ficaremos expostos à sanha dos irresponsáveis que saíssem da Escola Moderna.

Há, no entanto, vasta informação historiográfica da época confirmando que algumas das escolas modernas e seus educadores continuaram atuando em São Paulo após este período de repressão naquele estado, porém usando nomes como o de Escola Nova, para driblar as autoridades. Além disso, pela cronologia da fundação das escolas modernas no Brasil, acima exposta, nota-se que elas proliferaram em outros estados do Brasil